O tratamento “escova progressiva” é um tema polêmico. Por usar agentes químicos fortes como formol não é recomendado por todos os especialistas de beleza. Há também aqueles não fazem de maneira alguma.
A quantidade máxima aceitável de formol em um produto de beleza é de 0,2%, no entanto nessa quantidade ele não alisa. Para dar resultado é necessário de 2 a 4% do componente altamente tóxico.
No dia 17 de março deste ano, a dona de casa Maria Ení da Silva, de 33 anos morreu em Porangatu (GO), depois de passar por um tratamento para alisar os cabelos. Ela aplicou o produto em um salão e foi orientada a não lavar a cabeça durante 3 dias. A dona de casa reclamou de dores de cabeça, coceira e dificuldade para respirar, chegou a ser levada para hospitais, mas morreu alguns dias depois. A dona do salão onde o produto foi aplicado afirma que nunca usou formol.
A delegada Christyane Alves da Costa, que investigou o caso de Maria Ení, informou que o inquérito foi concluído, mas não há culpados. O médico avaliou que a causa da morte foi provocada por uma intoxicação, mas não foi possível descobrir o que provocou essa intoxicação. A delegada disso que não dá para atribuir a morte ao tratamento.
Depois disso, o número de denúncias sobre o uso de formol aumentou. Também em Goiás, a técnica de enfermagem Simone Moreira de Souza, de 30 anos, foi internada com a cabeça inchada, dores no pescoço e na cabeça e fadiga muscular, após fazer uma escova progressiva com essência de chocolate.
O Ministério da Saúde diz: o formol é uma solução a 37%, um composto líquido claro com várias aplicações, sendo usado normalmente como preservativo, desinfetante e anti-séptico. É matéria para embalsamar peças de cadáveres, mas é útil também na confecção de seda artificial, celulose, tintas e corantes, soluções de uréia, vidros, espelhos e explosivos. É utilizado para dar firmeza nos tecidos, na confecção de germicidas, fungicidas agrícolas, na confecção de borracha sintética e na coagulação da borracha natural. É empregado, ainda, no endurecimento de gelatinas, albuminas e caseínas, até na fabricação de drogas e pesticidas. Desta forma percebemos que este produto é utilizado para diversas aplicações.
Relacionado a produtos de beleza, a ANVISA permite apenas o uso do formol como conservante ou endurecedor de unhas e proteção de cutículas, em condições específicas e com as advertências na rotulagem nos produtos. O uso do mesmo como alisante capilar NÃO é permitido, pois pode causar sérios danos ao usuário do produto e ao profissional que aplica o produto, tais como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz, devido ao contato direto com a pele ou com vapor. Várias exposições podem causar também boca amarga, dores de barriga, enjôos, vômitos, desmaios, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores, podendo até levar a morte.
A Resolução RDC 36, de 17 de junho de 2009, proíbe a comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniências. A finalidade é reduzir o acesso da população ao formol, protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e consumidores.
Então como podemos alisar os cabelos de forma segura?
Os produtos alisantes devem ser registrados na ANVISA. Existem substâncias ativas específicas com propriedades alisantes como ácido tioglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio, hidróxido de guanidina permitidas pela legislação. Substâncias como formol NÃO são permitido como alisantes. Por isso, antes de alisar os cabelos, verifique na própria embalagem se o produto a ser utilizado está registrado na ANVISA. Produtos que foram notificados possuem a inscrição “343/05” na embalagem e não podem ser indicados para alisamento capilar.
Os produtos cosméticos registrados devem obrigatoriamente estampar, na sua embalagem externa, o número de registro, que sempre começa pelo número 2, e sempre terá ou 9 ou 13 dígitos (exemplo: 2.3456.9409 ou 2.3456.9409-0001). Esse número de registro é geralmente precedido pelas siglas “Reg. MS” ou “Reg. Anvisa”, o que significa a mesma coisa.
Antes de usar o produto, é importante ler e seguir as instruções de uso do produto e ler atentamente as precauções de uso e advertências que constam na embalagem.
IMPORTANTE:
É possível consultar os produtos cosméticos registrados acessando o link http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp (preencha o campo “nome produto” ou “número de registro”, de preferência). Em caso de dúvidas ou denúncias, entre em contato conosco pelo e-mail: cosmeticos@anvisa.gov.br. Para efetuar denúncias sobre suspeita ou produtos irregulares, consulte também a Vigilância Sanitária de sua cidade. Em caso de suspeita de reações adversas causadas pelo uso de cosméticos, envie o relato para o e-mail cosmetovigilancia@anvisa.gov.br.
Referências:
ANVISA - COSMÉTICOS. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/alisantes/escova_progressiva.htm> Acesso em 24/03/2011.
JORNAL A HORA ONLINE - ALERTA CABELEREIROS. Disponível em: <http://www.jornalahoraonline.com.br/cidade/integra.php?id=1232> Acesso em 11/04/2011.
GLOBO - CABELO LISO E FORMOL. Disponível em: <http://pe360graus.globo.com/educacao/educacao-e-carreiras/professor-clorofila/2011/03/15/BLG,7765,35,537,EDUCACAO,1070-CABELO-LISO-FORMOL-PERIGO.aspx> Acesso em 11/04/2011.
PLANETA ROSA - SAÚDE E BELEZA. Disponível em: <http://planetaderosa.com/saude-e-beleza/mulher-morre-aps-tratamento-para-cabelo.html> Acesso em 11/04/2011.
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Angelina Stoco