A ocorrência de óbitos por intoxicação com medicamentos tem sido considerada um dos agravos de saúde pública. Embora os medicamentos sejam formulados, indiscutivelmente sob critérios de proteção e segurança, convive-se com o risco associado ao seu uso.
Motivos diversos expõem as pessoas a efeitos indesejados. A utilização de medicamentos em situações não indicadas ou em circunstâncias que desrespeitem os critérios de uso racional pode provocar danos. É comum haver conseqüências como intoxicação.
Em estudos foram obtidos percentuais referentes as mortes por faixa etária no Brasil. Há uma maior proporção de óbitos no grupo etário de 20-39 anos (44,0%) e 40-59 anos (27,2%). Os idosos (≥ 60 anos) ficaram na 3ª posição em número de óbitos. Entre crianças com até 9 anos de idade, a faixa etária predominante foi de ≤ 4 anos (3,6%). A principal causa determinante no grupo etário de 20-39 anos foi a intoxicação de forma intencional/suicida (54,9%). Isto também foi verificado nos grupos etários de 10-19 anos (52,7%) e 40-59 anos (52,8%). A intoxicação acidental foi a principal causa determinante entre as crianças ≤ 4 anos (51,0%). Quanto à população de idosos, a intoxicação com intenção indeterminada teve o maior registro de óbitos (43,8%), seguida da suicida (28,0%) e da acidental (27,0%). As intoxicações do tipo acidental e homicida foram as que registraram óbitos em todos os grupos etários. No entanto, a forma intencional/suicida foi responsável por 2.125 (48,3%) registros de óbitos por intoxicação com medicamentos.
Tais números afetam a economia nacional e representam importantes custos diretos e indiretos calculáveis, e é, como foi comprovado, um obstáculo importante ao desenvolvimento econômico.
Para países em desenvolvimento, isto tem significado um aumento anual da diferença em prosperidade entre países com altos índices de intoxicação por medicamentos e países com menor número.
Os custos diretos incluem uma combinação de despesas pessoais e públicas em prevenção e tratamento. Os custos pessoais incluem despesas individuais ou familiares, honorários médicos, transportes para os serviços de saúde e sustento durante estadias em hospital para o paciente e algumas vezes para um membro da família que o acompanhe. As despesas públicas incluem as despesas governamentais com os serviços de saúde e infra-estrutura de cuidados de saúde, educação e investigação.
Os custos indiretos incluem perda de produtividade ou renda associada a doença ou morte. Isto pode ser traduzido como o custo de dias de trabalho perdidos ou absentismo do emprego e o valor do trabalho caseiro não remunerado de homens e mulheres. No caso de morte, os custos indiretos incluem os ganhos perdidos que a pessoa falecida teria recebido durante o resto da sua vida.
Estes e tantos outros problemas que causam graves prejuízos à saúde dos pacientes e aos cofres das prefeituras, poderiam ser resolvidos se os Municípios organizassem os seus programas de assistência farmacêutica pública, acatando recomendações do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Estes e tantos outros problemas que causam graves prejuízos à saúde dos pacientes e aos cofres das prefeituras, poderiam ser resolvidos se os Municípios organizassem os seus programas de assistência farmacêutica pública, acatando recomendações do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Referência:
CIÊNCIA E SAÚDE COLETIVA – MORTALIDADE POR INTOXICAÇÃO COM MEDICAMENTOS NO BRASIL. Disponível em:<http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/artigo_int.php?id_artigo=4835> Acesso em: 06/04/2011.
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