Medicamentos são produtos farmacêuticos produzidos com rigoroso controle técnico e que auxilia na prevenção, do diagnostico e no tratamento das doenças. Embora possuam uma ação benéfica a maioria deles, mesmo administrados nas doses corretas, pode originar diversas reações adversas, de maios ou menos aptidão. No entanto, o principal perigo dos medicamentos é a sua administração incorreta, em doses elevadas, pois podem originar uma verdadeira intoxicação – este é um fenômeno muito freqüente, sobretudo em pessoas idosas e crianças menores de 5 anos.
No Brasil os medicamentos se apresentam como o principal agente tóxico, ocupando o primeiro lugar nas estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) desde 1994. Os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, antiinflamatórios são as classes que mais causam intoxicação em nosso país. O levantamento do SINITOX mostra que 44% de intoxicação por medicamentos são classificadas como tentativas de suicídio e 40% como acidentes – sendo 33% crianças menores de 5 anos e 19% adultos de 20 a 29 anos.
Em média, mais de 20 crianças por dia sofrem intoxicação por medicamentos. Quase uma vitima por hora. Um valor preocupante que mostra a importância de adotar medidas para minimizar os riscos de acidentes domésticos, como o cuidado de não estocar medicamentos em casa, após o término do tratamento.
A Resolução da Diretoria Colegiada (RCD) 80/2006, sancionada em maio de 2006, pela ANVISA, prega que farmácias e drogarias ofereçam aos usuários medicamentos em quantidades individualizadas, que atendam apenas às suas necessidades terapêuticas. “Tal medida permite que o consumidor pague somente pelo que precisa e evitar a manutenção da farmacinhas em casa, o que facilita o acesso das crianças e pode causar trocas de medicamentos, além do risco do consumo de remédios fora da validade”, alerta a coordenadora do SINITOX, Rosany Bochner.
A resolução da ANVISA prevê que as farmácias e drogarias devem receber uma autorização da Agência, que permita a venda fracionada. Os estabelecimentos devem ainda exigir a apresentação da receita médica com a especificação da quantidade do medicamento. A bula e informações como fabricante, lote e data de validade devem acompanhar todas as vendas e os produtos devem estar em embalagens especiais com a indicação de fracionamento.
A RCD 80/2006 não basta. É importante programas de prevenção e de campanhas educativas para minimizar as intoxicações por medicamentos e a adoção da Embalagem de Proteção a Crianças (EEPC) em medicamentos e produtos químicos de uso doméstico que apresentam risco a saúde. O projeto de Lei nº 4841-A/94 visa à adoção da EEPC em nosso país, que devera ser confeccionada de modo que seja significativamente difícil para uma criança conseguir abrir ou retirar uma quantidade tóxica ou perigosa do produto nela contida, em um período razoável de tempo e que não seja difícil sua abertura por um adulto.
Alem disso, é importante adotar algumas medidas preventivas:
· Mantenha todos os produtos tóxicos em local seguro e trancado, fora do alcance das mãos e dos olhos das crianças, de modo a não despertar sua curiosidade – os medicamentos são ingeridos por crianças que os encontram em local de fácil acesso, deixados pelo adulto;
· Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento;
· Evite tomar remédio na frente de crianças;
· Não dê medicamento no escuro para que não haja trocas perigosas;
· Não utilize medicamentos sem orientação médica;
· Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;
· Cuidado com medicamentos de uso infantil e de adulto com embalagens muito parecidas – erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;
· Nunca use medicamentos com prazo de validade vencida;
· Descarte medicamentos vencidos – não guarde restos de medicamentos. Despeje o conteúdo no vaso sanitário ou na pia e lave a embalagem antes de descartá-la. Nunca coloque a embalagem com o seu conteúdo na lixeira;
· É importante que a criança aprenda que medicamento não é bala, doce ou refresco – quando sozinha, ela poderá ingerir o medicamento. Lembre-se: medicamento é medicamento.
· Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças – não estimule essa curiosidade. Mantenha medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance das crianças.
Referências:
SINTOX – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES TÓXICO FARMACOLÓGICAS. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox/medicamentos.htm> Acesso em: 25/03/2011.
MINIPÉDIA – CONTEÚDOS DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=869> Acesso em: 04/04/2011.
SAÚDE – INTOXICAÇÕES POR MEDICAMENTOS. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/Intoxicacoes_por_Medicamentos.pdf> Acesso em: 06/04/2011.
Rafaela Cavagnolli
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